quarta-feira, 25 de março de 2020

No contexto do coronavírus, quando devo procurar atendimento médico?


Pacientes com falta de ar, tosse, febre que não melhora com o uso de medicamentos, dor no peito, confusão mental, incapacidade de despertar ou lábios e rosto azulados devem buscar atendimento médico.
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Atualmente, a principal recomendação sobre o COVID-19 é ficar em casa. Tal medida objetiva frear a transmissão do coronavírus entre a população. Normalmente, pessoas com sintomas leves (como febre leve, coriza (nariz escorrendo) e dor de cabeça) não precisam visitar o médico, devendo ficar em casa, longe de outras pessoas, até melhorarem. Tais recomendações valem até mesmo para grupos de risco, como idosos e indivíduos com doenças crônicas (pressão alta e diabetes), doenças respiratórias e doenças cardíacas. A permanência em casa, no lugar da procura de atendimento médico, busca evitar o sobrecarregamento do sistema de saúde e a infecção com Sars-CoV-2 (nome dado ao coronavírus responsável pela COVID-19) durante a visita à unidade de saúde. Em casa, o paciente deve procurar repousar, tomar bastante água e, caso apresente febre, pode fazer uso de medicamentos, como paracetamol ou dipirona. O medicamento ibuprofeno não deve ser usado. Caso precise sair de casa, ou frequentar ambientes com mais pessoas, recomenda-se a utilização de máscara facial, para evitar a transmissão do Sars-CoV-2 para os demais indivíduos. A desinfecção de superfícies frequentemente tocadas também é importante, assim como a lavagem das mãos e cobrir a boca e nariz ao tossir ou espirrar. Caso apresente sintomas graves, como falta de ar, tosse importante e febre que não reduz com o uso de medicamentos, deve-se buscar o atendimento médico. Se possível, antes de ir à clínica ou hospital, deve-se ligar com antecedência, para que os funcionários possam tomar medidas de segurança para evitar a transmissão aos demais pacientes e funcionários do local. Ainda não existem características clínicas específicas que possam distinguir de forma confiável o COVID-19 de outras infecções respiratórias virais, mas a história do paciente, de viagens para áreas de risco ou contato com indivíduos com COVID-19 há menos de 14 dias, pode sugerir fortemente o diagnóstico. O teste laboratorial pode confirmar o diagnóstico, porém, nem sempre há testes disponíveis para todos os pacientes. Independente do momento, caso apresente algum sinal de alerta de emergência para COVID-19, deve-se procurar o atendimento médico imediatamente. Os sinais de alerta incluem: dificuldade em respirar ou falta de ar, dor ou pressão persistente no peito, desenvolvimento de confusão mental ou incapacidade de despertar e lábios ou rosto azulados.

Referências: 
UpToDate. McIntosh, Kenneth. Coronavirus disease 2019 (COVID-19). Informação atualizada em: 23 mar. 2020. Disponível em: http://www.sibi.usp.br/. Acesso em: 23 mar. 2020.

UpToDate. Crowley, Kelly et. al. Patient education: Coronavirus disease 2019 (COVID-19) (The Basics). Informação atualizada em: 23 mar. 2020. Disponível em: http://www.sibi.usp.br/. Acesso em: 23 mar. 2020.

National Center for Immunization and Respiratory Diseases. What To Do if You Are Sick. [S. l.], 16 mar. 2020. Disponível em: https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/if-you-are-sick/steps-when-sick.html. Acesso em: 23 mar. 2020.

Autor do resumo: 
Gustavo José Miranda da Cunha

Revisores do resumo:
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão

Observação:
Geralmente, o Projeto Fale com o Dr. Risadinha busca informações com alto nível de evidência científica para fornecer respostas seguras e confiáveis ao seu público. Mas por se tratar de assunto novo, muitas informações sobre coronavírus e COVID-19 são opiniões de especialistas, carecendo de mais estudos científicos que as comprovem.


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