sexta-feira, 22 de junho de 2018

A criança que comete um roubo tem algum problema psicológico?


Roubar na infância é algo comum, mas deve ser tratado com cuidado pelos responsáveis, e não indica necessariamente um problema psicológico.

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Episódios de roubo e furto são comuns na infância. Na maiorias das vezes, são ações isoladas e que não se repetem. Entretanto, é importante os pais estarem atentos para a repetição do ato e para o que provocou a atitude. Crianças muito jovens podem não entender que todo objeto tem um preço e que roubar é algo errado. A partir dos sete anos, a criança já sabe que roubar é algo errado, mas ela ainda tem pouco controle sobre suas próprias atitudes. Além disso, o roubo pode refletir situações estressantes dentro da família, na escola ou com os amigos, e pode ser um sinal de que ela precisa de ajuda. Pré-adolescentes e adolescentes já controlam as próprias atitudes, entretanto, podem roubar pela excitação que isto pode causar, por influência de amigos ou como forma de rebeldia. Em alguns casos, tanto crianças quanto adolescentes roubam por não poderem pagar pelo objeto que desejam. Em situações mais graves, adolescentes também podem roubar para pagar por drogas. Em qualquer uma dessas faixas etárias, os responsáveis devem buscar o motivo pelo qual a criança ou adolescente roubou. Não se deve usar castigos físicos, como tapas e beliscões, pois isso pode piorar a atitude da criança ou do adolescente e fazer com que passe a mentir. Para crianças, é importante demonstrar que roubar é errado. Também, se possível, leve a criança para devolver o item roubado ou para pagar por ele. Deixe sempre claro que roubar é inadmissível, mas nunca diga que agora a “criança é má” ou que ela agora é “um ladrão”. Adolescentes também devem devolver o item roubado, se possível. E os pais podem pensar em maneiras para ele pagar pelo objeto se não for possível a devolução. No caso da criança ou do adolescente ter roubado dinheiro dos pais, uma boa maneira de lidar com a situação é oferecer a opção de realizar mais tarefas na casa como forma de pagamento pelo dinheiro que roubou. Na maior parte dos casos, o roubo ocorre apenas uma vez e uma boa conversa, com a devolução ou pagamento do objeto roubado, resolvem o problema. Entretanto, se a atitude começar a se repetir, os pais devem buscar ajuda profissional com um psicólogo ou psiquiatra. Repetir o roubo geralmente indica um problema mais grave.

Referências: Tynan, D. Kids Health. My child is stealing. (s.l.): Kids Health, 2015. Disponível em: https://kidshealth.org/en/parents/shoplifting.html. Acesso em: 21 mar. 2018.

American Academy of Child & Adolescent Psychiatry. Children Who Steal. Informação atualizada em dez. 2014. Disponível em: https://www.aacap.org/aacap/Families_and_Youth/Facts_for_Families/Facts_for_Families_Pages/Children_Who_Steal_12.aspx. Acesso em: 21 mar. 2018.

Autor do resumo:  Gabriella Neves Cury
Revisores do resumo: Prof. Dr. Fabio Carmona, Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão

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