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A morte é um evento biológico irreversível que consiste no fim permanente das funções importantes, e integradas entre si, do organismo humano como um todo. A morte encefálica consiste na permanente e irreversível perda de função do cérebro e tronco cerebral. Como o encéfalo é necessário para integrar funções essenciais do corpo humano (como respiração e batimentos cardíacos), a morte encefálica pode ser considerada como morte. Pessoas que tiveram uma lesão muito grande do sistema nervoso mas que ainda estão regulando a respiração e atividades vegetativas não têm o diagnóstico de morte encefálica. Na maioria dos adultos, as principais causas de morte encefálica são: traumas resultantes de acidentes; hemorragia subaracnóidea; hemorragia intracerebral; encefalopatia isquêmica e acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico. Toda condição que cause permanente e grande lesão cerebral pode levar a morte encefálica. O diagnóstico pode ser feito clinicamente no leito. Para determinar a morte encefálica considera-se: a análise de exames de imagem; o conhecimento exato da causa da morte; a exclusão de outras complicações médicas que possam confundir, como desequilíbrio ácido-base ou circulatório; ausência de intoxicação por drogas ou sedativos; temperatura maior que 36 graus celsius. Além disso, é preciso que seja feito um exame neurológico, o qual deve avaliar coma, ausência de resposta a estímulos dolorosos, térmicos, ausência de reflexo da pupila, ausência de outros reflexos do corpo e apneia demonstrada no teste da apneia. Outros testes auxiliares, como os de perfusão cerebral, podem ser usados para confirmar a morte encefálica em alguns casos específicos. Geralmente, o período de observação varia muito, dependendo da idade do paciente, a causa da morte e o país, podendo variar entre 6 a mais de 24 horas de observação para afirmar o diagnóstico. Por mais que possa existir diferenças entre os critérios de definição e diagnóstico utilizados, em muitos países existe uma legislação específica sobre o tema. É sempre muito importante dizer que, em muitos casos, os órgãos de pessoas que morreram por morte encefálica, podem ser doados, ajudando na sobrevida e qualidade de vida de outras pessoas.
Referências:
UpToDate. Diagnosis of brain death. Informação atualizada em abril de 2021. Disponível em: https://www.uptodate.com/. Acesso em: 29 nov. 2022.Autor do resumo:
Aluno Victor Villatoro Carrapato
Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
Revisor do resumo:
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.