A sepse é uma condição grave causada por uma reação exagerada e desregulada do corpo diante de uma infecção. Em vez de combater apenas os microrganismos responsáveis pela infecção, o organismo também acaba prejudicando seus próprios órgãos e tecidos, o que pode levar à falência de órgãos e, em casos mais graves, à morte. Diversos microrganismos podem causar sepse, como bactérias, vírus e fungos. Algumas pessoas têm maior risco de desenvolver sepse. Entre os principais fatores de risco estão: idade avançada (acima de 65 anos), internação em unidades de terapia intensiva (UTI), doenças que enfraquecem o sistema imunológico (como câncer em tratamento com quimioterapia, insuficiência dos rins ou do fígado, ou ausência do baço), além de condições como diabetes, obesidade e infecções hospitalares anteriores. O uso prolongado de cateteres ou acessos venosos também aumenta esse risco. Os sinais e sintomas da sepse podem variar, mas alguns sinais de alerta importantes incluem: pressão arterial baixa, batimentos cardíacos acelerados, febre, confusão mental ou sonolência excessiva. Em muitos casos, exames laboratoriais também mostram alterações, como aumento da proteína C reativa (PCR), alteração no número de glóbulos brancos (leucócitos), aumento da creatinina (indicador da função dos rins) e aumento do açúcar no sangue (hiperglicemia). Apesar de não existirem exames de imagem que confirmem a sepse, alterações em exames como o raio-X de tórax podem apontar a origem da infecção, como em casos de pneumonia. Os primeiros sinais da sepse muitas vezes se parecem com os de outras infecções, o que pode atrasar o diagnóstico. Por exemplo: tosse e falta de ar podem sugerir pneumonia; ardência e dor ao urinar podem indicar infecção urinária; e feridas na pele podem ser sinais de infecção cutânea. O diagnóstico da sepse não depende da identificação exata do microrganismo causador, mas exames como a cultura do sangue ou da urina são importantes para escolher o tratamento mais adequado, como o tipo certo de antibiótico ou antifúngico. A gravidade da sepse e a chance de recuperação também podem ser influenciadas por outros fatores, como desnutrição, doenças que afetam o sistema imunológico ou infecções causadas por bactérias resistentes, especialmente as adquiridas em ambientes hospitalares. Infecções hospitalares tendem a ser mais graves porque as bactérias envolvidas costumam ser mais difíceis de tratar. A principal forma de prevenção da sepse é evitar infecções. Isso inclui medidas simples, como manter a vacinação em dia (principalmente contra doenças que causam pneumonia), lavar bem as mãos, evitar contato com pessoas doentes durante surtos de infecção, e procurar atendimento médico o quanto antes ao surgirem sintomas de infecção. Além disso, seguir corretamente o tratamento indicado pelos profissionais de saúde ajuda a evitar que uma infecção simples evolua para um quadro mais grave. Em alguns casos, a sepse pode evoluir para uma condição ainda mais séria chamada choque séptico, na qual a pressão arterial cai muito e os órgãos começam a falhar, o que aumenta bastante o risco de morte. Estima-se que entre uma a cada cinco pessoas com sepse podem não sobreviver. Por isso, o tratamento precisa ser iniciado o quanto antes, geralmente com internação hospitalar, administração de soro (hidratação), medicamentos para estabilizar o corpo e antibióticos ou antifúngicos, dependendo do tipo de infecção. Seguir as orientações da equipe de saúde e iniciar o tratamento rapidamente são atitudes fundamentais para melhorar as chances de recuperação e reduzir o risco de complicações graves.
UptoDate. Sepsis syndromes in adults: Epidemiology, definitions, clinical presentation, diagnosis, and prognosis. Informação atualizada em março de 2025. Disponível em: https://www.uptodate.com. Acesso em: 15 abril. 2025.
Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.