Pessoas transgênero que sofrem transfobia apresentam piores quadros de saúde mental, quando comparados a indivíduos que não sofrem a mesma violência.
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Transfobia é caracterizada como a violência, estigma e discriminação diretamente direcionados a pessoas transgênero. Pessoas transgênero que sofrem transfobia apresentam piores quadros de saúde mental, quando comparados a indivíduos que não sofrem a mesma violência. Estudos indicam que sofrer transfobia está diretamente relacionado a maiores chances de desenvolver transtornos alimentares durante a adolescência e vida adulta. Isso ocorre porque jovens transgênero apresentam mais chances de sofrer discriminação devido ao formato ou tamanho do corpo, o que impacta diretamente seus hábitos alimentares. É importante ressaltar que a relação entre quem pratica a transfobia e a vítima também é um fator de especial relevância. Quanto mais próximo é o agressor da vítima mais prejudicial será o efeito negativo sobre a saúde mental do indivíduo. Pesquisas realizadas nos Estados Unidos apontam que crianças e adolescentes transgênero que vivem com famílias não acolhedoras frequentemente são expostos à bullying, assédio, discriminação, exclusão social, agressões físicas ou até mesmo assassinato. Além disso, crianças e adolescentes que expressam abertamente o desejo por brinquedos e roupas que não correspondem ao gênero que lhes foi designado podem ser excluídos e criticados pelas pessoas ao seu redor. Todos esses fatores podem contribuir para danos à autoestima, dificuldades de adaptação social e para o desenvolvimento de sintomas relacionados à depressão e ansiedade. Os impactos da transfobia se estendem, também, para a vida adulta dos indivíduos. Pesquisas com pessoas transgênero realizadas na América do Norte mostraram que cerca de 30% dos participantes relataram já ter morado na rua em algum momento da vida e 8% afirmaram ter sidos expulsos de casa por serem pessoas transgênero. A falta de acesso a moradia e de suporte financeiro por parte da família desde a adolescência ou infância resulta em outros impactos negativos severos sobre a saúde de pessoas transgênero, como maiores chances de envolvimento em trabalho sexual e maiores riscos de contrair infecções sexualmente transmissíveis. Por fim, é relevante ressaltar que algumas pessoas e instituições podem atuar como agentes de proteção sobre a saúde mental de pessoas transgênero: o suporte familiar, a escola e o acompanhamento psicoterapêutico da pessoa transgênero são extremamente importantes para o desenvolvimento saudável do indivíduo.
Referências:
UptoDate. Gender development and clinical presentation of gender diversity in children and adolescents. Informação atualizada em junho de 2025. Disponível em: https://www.uptodate.com. Acesso em: 06 outubro 2025.Autor do resumo:
Aluno e bolsista PUB Luís Eduardo Mesquita Arara
Curso de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
Revisor do resumo:
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.