A cirurgia é o melhor tratamento para a doença de Legg-Calvé-Perthes.
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A doença de Legg-Calvé-Perthes requer muito rigor na hora de ser diagnosticada. Dependendo da fase da doença, entre a perda do fluxo sanguíneo, necrose tecidual e a revascularização, as radiografias podem não revelar alterações, o que requer uma investigação mais profunda pela equipe médica e um relato fidedigno e detalhado da família do paciente. Uma vez diagnosticada, as crianças devem ser preferencialmente encaminhadas a um ortopedista pediatra, ou médico familiarizado com a doença para iniciar o cuidado e acompanhamento médico. O tratamento consiste principalmente na proteção da junção entre o fêmur e o quadril, por meio de talas de restrição ou cirurgias protetivas. As principais cirurgias utilizadas são a osteotomia femoral e a osteotomia de Salter e têm como objetivo manter a congruência da junta entre o quadril e a perna e preservar a placa de crescimento do fêmur para permitir que o osso cresça conforme a idade. Existem ainda intervenções não cirúrgicas que visam amenizar a dor sentida pelos pacientes, como é o caso da fisioterapia, da tração ortopédica e a redução do peso no quadril por meio do uso de cadeiras de roda. De todo modo, as evidências apontam que esses tratamentos não cirúrgicos não melhoram o resultado a longo prazo, fazendo, portanto, as cirurgias serem a melhor escolha para o tratamento na maioria dos casos. Sabe-se, também, que qualquer intervenção deve ser iniciada o mais rápido possível após o diagnóstico. Isso porque o tratamento é mais efetivo quanto mais jovem a criança é tratada. Aqueles diagnosticados que iniciam o tratamento até os 6 anos apresentam os melhores resultados a longo prazo, enquanto crianças que iniciam o tratamento com mais de 8 anos podem apresentar anormalidades residuais severas.
Referências:
UpToDate. Approach to hip pain in childhood. Atualizado em 9 de novembro de 2021. Disponível em: https://www.uptodate.com/ Acesso em: 28 fev. 2022.Leroux J. Et al. Legg-Calvé-Perthes disease. Orthopaedics & Traumatology: Surgery & Research. Volume 104, Issue 1, Supplement, 2018. Pages S107-S112. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.otsr.2017.04.012. Acesso em: 21 fev. 2022
Autor do resumo:
Aluno Lucas Soares da Rocha
Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
Revisor do resumo:
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
