segunda-feira, 19 de outubro de 2020

O que são as bolhas sociais no contexto da COVID-19?

Uma bolha social é definida como um pequeno grupo de pessoas com as quais se pode ter contato físico próximo durante a quarentena.

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Uma pessoa comum, em seu dia a dia, entra em contato próximo com pessoas pertencentes a diversos grupos, como família, amigos, colegas de trabalho e vizinhos. Cada uma dessas pessoas, pertencentes a grupos diferentes, entrarão em contato com pessoas de diversos outros grupos. O fato de as pessoas estarem altamente interconectadas facilita a transmissão da COVID-19. Com a extensão da quarentena em muitos países que estão em isolamento há meses, e com a incerteza sobre quando será possível sair da quarentena sem aumentar drasticamente os casos de COVID-19, a saúde mental das pessoas está sendo prejudicada. Quanto mais rigorosa a quarentena, maior o custo para a vida social e o bem-estar psicológico das pessoas, ainda mais quando se trata de pessoas que estão psicologicamente vulneráveis. Com a prolongada duração da pandemia e diminuição das medidas de restrição, surgiu na Nova Zelândia a ideia das bolhas sociais. Vale ressaltar que as bolhas sociais e suas regras foram estabelecidas principalmente na Nova Zelândia e na Inglaterra, que apresentam um cenário diferente do Brasil em relação à pandemia. Uma bolha social é definida como um grupo de pessoas, de preferência pequeno (menor que 10 pessoas), com as quais se pode ter contato físico próximo. Ou seja, as medidas de distanciamento social, utilizadas para prevenir a transmissão da COVID-19, não precisam ser aplicadas dentro dessa bolha. Porém, as medidas de distância social continuam sendo essenciais para o contexto em que se expõem a outras pessoas, assim como as demais medidas de prevenção, como utilização de máscara de tecido e a higienização frequente das mãos. O objetivo da criação de bolhas sociais é ajudar as pessoas que estão isoladas de amigos e familiares a aproximar-se novamente e serem uma rede de apoio uns para os outros. Logo, os membros de uma mesma bolha social não precisam se distanciar socialmente uns dos outros, podendo ficar na casa um dos outros e dormir lá. De preferência, as pessoas de uma mesma bolha devem morar próximas, ao menos residir na mesma cidade. Preferencialmente, cada indivíduo pode fazer parte de somente uma única bolha social. Duas bolhas sociais diferentes, ou outro grupo pequeno de indivíduos, podem se reunir na casa de alguém, porém, nesses casos deve-se respeitar as medidas de distanciamento social. Caso alguém apresente sintomas de infecção pelo SARS-CoV-2 (coronavírus causador da COVID-19) todos os membros de sua bolha social devem ser isolados. O conceito de bolha pode-se aplicar quando as aulas presenciais voltarem, onde cada turma iria compor uma bolha, assim, caso seja identificado um caso positivo, haveria como identificar os demais indivíduos que precisam se isolar.

Referências: 

BLOCK, Per et al. Social network-based distancing strategies to flatten the COVID-19 curve in a post-lockdown world. Nature Human Behaviour, p. 588–596, 4 jun. 2020. Disponível em: https://www.nature.com/articles/s41562-020-0898-6. Acesso em: 3 out. 2020.

 

SERGENT, Jim; BORRESEN, Jennifer. Why social bubbles work to curb viruses and protect the population. USA Today, 1 out. 2020. Disponível em: https://www.usatoday.com/in-depth/news/2020/07/02/social-bubbles-why-they-could-help-slow-covid-19-infections/5357953002/. Acesso em: 3 out. 2020.

 

ROBERTS, Michelle. Support bubbles: How do they work and who is in yours?. BBC News, 8 set. 2020. Disponível em: https://www.bbc.com/news/health-52637354. Acesso em: 2 out. 2020.

 

PLITT, Laura. Fim da quarentena do coronavírus: o que são as ‘bolhas sociais‘, estratégia para o fim do isolamento adotada pela Nova Zelândia e outros países. BCC News, 5 maio 2020. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-52530698. Acesso em: 4 out. 2020.


Autor do resumo:
Gustavo José Miranda da Cunha

Revisor do resumo: 
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão

Observação:
Geralmente, o Projeto Fale com o Dr. Risadinha busca informações com alto nível de evidência científica para fornecer respostas seguras e confiáveis ao seu público. Mas por se tratar de assunto novo, muitas informações sobre coronavírus e COVID-19 são opiniões de especialistas, carecendo de mais estudos científicos que as comprovem.


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