sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Quais problemas psiquiátricos e neurológicos podem persistir após a Covid-19?

Após a Covid-19, pode haver depressão, ansiedade, transtorno do estresse pós-traumático e dificuldade de memória, de concentração e de se pensar com clareza.

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Após a Covid-19, pode haver depressão, ansiedade, transtorno do estresse pós-traumático e dificuldade de memória, concentração e pensar com clareza. Ainda há pouca informação sobre a evolução de transtornos psiquiátricos e neurológicos nos pacientes com Covid-19. Estudos sobre epidemias anteriores de outros coronavírus sugerem que muitos pacientes podem ter lembranças frequentes de memórias traumáticas. Sintomas psiquiátricos comuns que podem persistir em indivíduos após a COVID-19 são ansiedade, humor deprimido e estresse. Em relação aos sintomas neurológicos, pode haver a chamada “névoa cerebral” ou “névoa mental”, caracterizada pela confusão e dificuldade de memória e concentração. Outros sintomas que menos frequentemente podem persistir são dor de cabeça, insônia, formigamento, alteração no sabor e cheiro e dores pelo corpo. Pacientes com Covid-19 podem ainda desenvolver complicações neurológicas como acidente vascular cerebral (AVC, também chamado de derrame), convulsões, encefalite (inflamação do sistema nervoso central), encefalopatia hipóxica (lesão no sistema nervoso central por falta de oxigênio), fraqueza neuromuscular e síndrome de Guillain-Barré (caracterizada principalmente por fraqueza muscular, podendo haver também alteração de sensibilidade e formigamento). Devido à persistência dos sintomas, o funcionamento do indivíduo (como realização de suas tarefas do dia a dia) e sua qualidade de vida podem ser prejudicados. A crise econômica e as restrições sociais necessárias nesse período podem prejudicar ainda mais a saúde mental dos pacientes. Pacientes que já possuíam previamente algum transtorno psiquiátrico podem estar lidando pior com o problema durante a pandemia da Covid-19. A persistência dos sintomas varia de pessoa para pessoa, sendo difícil prever quais sintomas irão persistir e qual será a duração. O tempo para a resolução dos sintomas depende principalmente de fatores de risco existentes antes do desenvolvimento da Covid-19 (como depressão prévia), dos sintomas apresentados no início da doença e da gravidade da Covid-19. Pacientes que ficaram internados em unidade de terapia intensiva (UTI) têm maior chance de apresentar sintomas psicológicos. No entanto, sintomas prolongados são comuns mesmo em pacientes com doença menos grave que nunca foram hospitalizados.

Referências: 
UpToDate. Covid-19: psychiatric illness. Informação atualizada em: 22 de setembro de 2021. Disponível em: www.uptodate.com. Acesso em: 30 out. 2021.

UpToDate. Covid-19: neurologic complications and management of neurologic conditions. Informação atualizada em: 25 de outubro de 2021. Disponível em: www.uptodate.com. Acesso em: 30 out. 2021.

UpToDate. Covid-19: evaluation and management of adults following acute viral illness. Informação atualizada em: 21 de outubro de 2021. Disponível em: www.uptodate.com. Acesso em: 30 out. 2021.

UpToDate. Covid-19: questions and answers. Informação atualizada em: 27 de outubro de 2021. Disponível em: www.uptodate.com. Acesso em: 30 out. 2021.

UpToDate. Guillain-Barré syndrome in adults: pathogenesis, clinical features, and diagnosis. Informação atualizada em: 26 de outubro de 2021. Disponível em: www.uptodate.com. Acesso em: 30 out. 2021.

Autor do resumo:
Aluno Gustavo José Miranda da Cunha
Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

Revisor do resumo: 
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

Observação:
Geralmente, o Projeto Fale com o Dr. Risadinha busca informações com alto nível de evidência científica para fornecer respostas seguras e confiáveis ao seu público. Mas por se tratar de assunto novo, muitas informações sobre coronavírus e COVID-19 são opiniões de especialistas, carecendo de mais estudos científicos que as comprovem.



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