quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Como cuidar de crianças e adolescentes que sofreram violência sexual?

 

É preciso identificar lesões e machucados, prevenir ou diagnosticar infecções sexualmente transmissíveis, reduzir riscos de gravidez e oferecer apoio emocional e psicológico para vítimas de violência sexual.

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A violência sexual é definida pelo envolvimento sexual, por exemplo com toques em regiões genitais e atividade sexual, sem consentimento de uma das partes. Em crianças e adolescentes, atividades sexuais são consideradas violência já que a criança não está preparada física, emocional e intelectualmente, não conseguindo entender e aceitar o ato. É importante perceber situações de violência e também saber como evitar. O abuso sexual ocorre principalmente em meninas pré-adolescentes, sendo que o abusador é geralmente um homem já conhecido da criança. Caso a família (ou o próprio adolescente) perceba algo de estranho ou a vítima relate o que aconteceu, é importante procurar ajuda da equipe de saúde. Os principais cuidados de saúde imediatamente após um caso de violência sexual são: identificar lesões ou outras condições que precisam de tratamento médico (como feridas em regiões genitais, sangramentos ou outros machucados); fazer a pesquisa de infecções sexualmente transmissíveis (IST), como HIV, hepatites, HPV; reduzir riscos de gravidez; documentar, se possível, achados de potencial valor para o processo de investigação judicial e oferecer apoio emocional e psicológico. Os cuidados gerais devem ser feitos por uma equipe de profissionais de saúde preparada, principalmente em ambientes acolhedores e calmos, no qual a criança ou adolescente possa se sentir mais confortável e seguro. Sobre cuidados de prevenção e diagnóstico de doenças e infecções, principalmente os adolescentes (que já passaram pela puberdade) podem precisar de remédios profiláticos, como antibióticos, que impedem que uma infecção sexualmente transmissível, como HIV, se instale em seu corpo. Essas ações devem ser pensadas individualmente, analisando de forma específica cada caso, a idade da criança, ou adolescente, e o ocorrido. Formas de contracepção, para evitar gravidez indesejada, também devem ser oferecidas para todas as pacientes mulheres que já passaram pela puberdade. Ainda, a vítima deve receber apoio psicológico e psicossocial, já que sequelas como depressão, fobia social, ansiedade e baixa autoestima podem estar presentes após um caso de violência sexual. Para isso, é importante apoio de psicólogos, assistentes sociais e dos próprios membros da família (aqueles que não foram os abusadores), os quais devem fornecer suporte e estarem atentos a possíveis sequelas e necessidades. Esse apoio é um ponto crucial para o tratamento e cuidado da criança. Os próprios cuidadores podem precisar de auxílio psicológico para lidar com o caso. É importante sempre reafirmar que a criança ou adolescente não teve culpa sobre o que aconteceu e que ela não fez nada de errado.

Referências: 
UpToDate. Evaluation of sexual abuse in children and adolescents. Informação atualizada em junho de 2022. Disponível em: https://www.uptodate.com. Acesso em: 27 set. 2022.

UpToDate. Management and sequelae of sexual abuse in children and adolescents. Informação atualizada em agosto de 2022. Disponível em: https://www.uptodate.com/. Acesso em: 27 set. 2022.

UpToDate. Evaluation and management of adult and adolescent sexual assault victims. Informação atualizada em julho de 2021. Disponível em: https://www.uptodate.com/. Acesso em: 27 set. 2022.

UpToDate. Patient education: care after sexual assault. Informação atualizada em agosto de 2022. Disponível em: https://www.uptodate.com/. Acesso em: 28 set. 2022.

UpToDate. Patient education: care after sexual assault. Informação atualizada em agosto de 2022. Disponível em: https://www.uptodate.com/. Acesso em: 28 set. 2022.

Autor do resumo:
Aluno Victor Villatoro Carrapato 
Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

Revisor do resumo: 
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.


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