segunda-feira, 20 de junho de 2022

Quanto tempo após o parto a mulher pode ter relações sexuais?

 

Geralmente, a mulher consegue voltar a ter relações sexuais depois de 6 a 12 semanas do parto, período em que o corpo sofre processos de adaptação após a gestação.

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No período pós-parto, após dar à luz, ocorrem mudanças fisiológicas no corpo da mulher para que ela volte ao estado de antes da gestação. Esse período tem início após o nascimento do bebê e o seu final não é muito bem definido, podendo variar de 6 até 12 semanas. Várias complicações e desordens podem ocorrer nesse período com a mulher. Por exemplo, a disfunção sexual, que pode envolver dor nas relações, falta de libido e desconfortos. Estudos feitos mostram que até 89% das gestantes podem ter problemas sexuais nos primeiros três meses após a gestação. Alguns fatores que contribuem para essa disfunção são: história de dor crônica prévia; lesões perineais, como laceração ou episiotomia; flacidez perineal, que são mudanças nos músculos da pelve (mais especificamente do períneo) que podem ocorrer depois do parto; emergência e traumas durante a cesária; níveis de estrógeno baixos e baixa lubrificação natural, principalmente em mulheres que estão amamentando; mudanças psicológicas e de humor após o parto, como cansaço, perda de desejo ou medo de uma nova gravidez. Esse processo pode ser muito impactante para a saúde física e mental da mulher, podendo levar a estresse e desconfortos. Assim, alguns cuidados importantes e recomendados com a mulher nesse período são: observar a melhora do períneo, que tende a ser gradual com o passar do tempo; estimular o aleitamento materno, o que comprovadamente ajuda na saúde do recém-nascido e da mãe; observar caso surjam sinais de depressão pós-parto e humor mais depressivos. De forma geral, é importante a consulta com o médico no período, já que esse deve estar atento às mudanças fisiológicas, psicológicas e das necessidades específicas de cada mulher. Como a dor nas relações sexuais e o baixo libido podem persistir por um período considerável de tempo, a consulta pode auxiliar a paciente a entender melhor o processo e buscar ajuda, caso preciso.

Referências: 
UpToDate. Female sexual pain: differential diagnosis. Informação atualizada em maio de 2022. Disponível em: https://www.uptodate.com/. Acesso em: 24 maio 2022.

UpToDate. Overview of the postpartum period: disorders and complications. Informação atualizada em maio de 2022. Disponível em: https://www.uptodate.com/. Acesso em: 24 maio 2022.

UpToDate. Overview of the postpartum period: Normal physiology and routine maternal care. Informação atualizada em maio de 2022. Disponível em: https://www.uptodate.com/. Acesso em: 24 maio 2022.

Banaei, M. et al. Prevalence of postpartum dyspareunia: A systematic review and meta analysis. International Journal of Gynecology & Obstetrics, v. 153, n.1, p.14-24, 2020. doi:10.1002/ijgo.13523. Acesso em: 24 maio. 2022.

Autor do resumo:
Aluno Victor Villatoro Carrapato
Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

Revisor do resumo: 
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.


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