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Adolescência é a transição entre ser uma criança (dependente) e ser um adulto (independente), começando no início da puberdade até a conclusão do desenvolvimento do cérebro, ou seja, ocorre entre os 10 e os 26 anos. Durante a adolescência, ocorre um intenso crescimento cerebral. As células do cérebro respondem a alterações hormonais e são provavelmente influenciadas por fatores ambientais, como nutrição, educação e infecção, e fatores relacionados às relações maternas e paternas. As estruturas do cérebro associadas ao desenvolvimento social e emocional estão entre as primeiras a experimentar as mudanças que acompanham o início da puberdade. As conexões cerebrais responsáveis pelo desenvolvimento cognitivo (inteligência) e pelo controle de impulsos se desenvolvem mais lentamente. Como essa maturação ocorre em etapas diferentes, um adolescente pode ter maturidade social, responsabilidade emocional, porém com controle inadequado dos impulsos, por exemplo. A tarefa geral do adolescente é tornar-se um adulto autônomo, individualizado de sua família. O desenvolvimento psicossocial do adolescente geralmente é descrito em quatro estágios: adolescência precoce (10-13 anos), período caracterizado por um pensamento concreto com tomada de decisão cada vez mais independente, e capacidade limitada de considerar as consequências de seus atos; adolescência média ou intermediária (14-17 anos), período caracterizado pela grande necessidade do adolescente experimentar novas emoções; adolescência tardia (17-21 anos), fase em que o adolescente apresenta dificuldades com priorização, aumento da autonomia e aumento da responsabilidade, podendo resultar em riscos legais ou financeiros; e idade adulta jovem (18 ou 21-26), que é cada vez mais estudada, em que as funções cerebrais podem ainda não estar totalmente maduras. As tarefas de desenvolvimento da adolescência incluem a aceitação da sexualidade, o desenvolvimento de planos de vida, filosofias de vida e a transição para papeis e responsabilidades de adultos na idade adulta jovem. A tarefa principal que a família enfrenta com os adolescentes é encontrar um equilíbrio de mudanças entre liberdade e responsabilidade pessoal à medida que os adolescentes amadurecem e se individualizam. Embora a maioria dos adolescentes seja capaz de passar por estas etapas do desenvolvimento com sucesso e sem consequências sociais e emocionais duradouras, para aqueles que não conseguem, os efeitos adversos podem persistir até a idade adulta. Para que o adolescente escolha que caminhos pretende seguir, é preciso que ele questione os valores aprendidos na infância, teste seus limites, experimente diferentes formas de se colocar no mundo, para que então possa construir a sua história baseado nos valores aprendidos com sua família somados àqueles adquiridos com suas experiências de vida. O desafio para os pais é liberar o filho para a vida, confiando nos valores que já foram ensinados e acompanhando os caminhos que o adolescente vai escolher.Referência: DynaMed. Vulnerabilities of adolescence and young adulthood. Informação atualizada em 2016. Disponível em: Acesso em: 08 dez. 2016.
Autor do resumo: Enf. Cristina Camargo Dalri
Revisores do resumo: Prof. Dr. Fabio Carmona, Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
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