A artrite de células gigantes é uma doença que causa dor e
rigidez em ombros, pescoço, costas e quadril, dor de cabeça, dor na mandíbula,
entre outros sintomas.
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A
arterite de células gigantes ou arterite temporal é uma vasculite (inflamação
dos vasos sanguíneos) que acomete principalmente vasos sanguíneos de grande e
de médio calibre. A doença é mais comum em mulheres do que em homens, acomete
na maioria das vezes pacientes com mais de 70 anos de idade e quase nunca surge
antes dos 50 anos. Cerca de 50% dos pacientes com arterite de células gigantes
apresentam polimialgia reumática, uma doença que causa dor e rigidez em ombros,
pescoço, costas e quadril durante o período da manhã. Os sintomas da arterite
de células gigantes são dor de cabeça, dor na mandíbula ou língua ao mastigar,
alteração abrupta da visão em um dos olhos, perda de peso, falta de apetite,
fraqueza e cansaço. Além disso, cerca de 40% dos pacientes apresentam sintomas
de polimialgia reumática. Cerca de 10% das pessoas com arterite de células
gigantes apresentam apenas sintomas inespecíficos como febre, cansaço, fraqueza
e perda de apetite, o que dificulta o diagnóstico. As alterações abruptas da
visão na arterite de células gigantes podem se manifestar como perda visual
transitória (quando há recuperação espontânea da visão), também chamada de
amaurose fugaz, ou como perda permanente da visão (quando não há recuperação da
visão no local afetado). Quando há perda visual transitória, geralmente, o
indivíduo nota o escurecimento parcial abrupto ou o escurecimento total (como
uma cortina) da visão de um dos olhos, com recuperação total da visão após
certo período de tempo. A perda visual permanente é a complicação mais temida
da arterite de células gigantes e geralmente ocorre devido ao fechamento de
vasos sanguíneos que suprem estruturas relacionadas à visão, como a retina, o
nervo ótico e o cérebro. A cegueira transitória é um sintoma que pode ser o
prenúncio da perda visual permanente e assim necessita de atenção urgente. Uma
vez com perda permanente, dificilmente a visão no olho afetado é recuperada,
mesmo após o tratamento. No entanto, se a visão está intacta logo após o início
do tratamento, o risco de perda visual é praticamente nulo. Caso já haja algum
grau de perda visual ao início do tratamento, o tratamento impede a progressão
da perda visual. A arterite de células gigantes pode levar a alterações de
grandes vasos sanguíneos próximos ao coração. Na maioria dos casos, essas
alterações não provocam sintomas, sendo apenas descobertas após a realização de
exames de imagem como a tomografia. O diagnóstico da arterite de células
gigantes é feito por meio da biópsia da artéria temporal (artéria localizada na
região entre os olhos e as orelhas). Na biópsia é retirada um pedaço pequeno da
artéria e o material removido é visualizado por um médico patologista por meio
de um microscópio. O diagnóstico também pode ser feito com exame de ultrassom,
que somente pode substituir a biópsia quando realizado por um radiologista
experiente e habilidoso. Quando a biópsia é negativa para a arterite de células
gigantes, exames de imagem como a ressonância magnética ou a tomografia podem
ajudar no diagnóstico. Exames de sangue como o VHS e a PCR geralmente estão
alterados nos casos de arterite de células gigantes, entretanto as alterações
nesses exames não são exclusivas da doença. Além disso, mesmo quando a VHS e a
PCR são negativas, a arterite de células gigantes não pode ser excluída.
Referências:
UpToDate. Clinical manifestations of giant cell
(temporal) arteritis. Informação atualizada em: 8 de junho de 2017. Disponível
em: http://www.sibi.usp.br/. Acesso em:
24 mar. 2018.
UpToDate. Diagnosis of giant cell (temporal) arteritis. Informação atualizada em: 8 de junho de 2017. Disponível em: http://www.sibi.usp.br/. Acesso em: 24 mar. 2018.
Autor do resumo:
Nivaldo Sena da Silva
Nivaldo Sena da Silva
Revisores do resumo:
Gabriella Neves Cury
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Gabriella Neves Cury
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão