terça-feira, 28 de setembro de 2021

Como diagnosticar o autismo em jovens e adultos?

Diagnostica-se o autismo em jovens e adultos pela observação de dificuldades sociais e de comunicação, bem como pela ocorrência de comportamentos repetitivos.
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O Transtorno do Espectro Autista, também conhecido pela sigla TEA, e popularmente conhecido como autismo, pode ser diagnosticado pela observação de algumas características da pessoa como, por exemplo, pelas dificuldades nas interações sociais, na comunicação e por comportamentos repetitivos. No entanto, o autismo tem um nível de gravidade muito variado, podendo se apresentar de diferentes maneiras entre as pessoas. Isso faz com que, geralmente, as formas mais graves de TEA sejam diagnosticadas nos dois primeiros anos de vida e que formas mais leves como a presente em indivíduos de alto funcionamento (pessoas que possuem autismo, mas vivem e trabalham de forma independente) passem despercebidas até a fase adulta. Sabemos que as principais dificuldades das pessoas com TEA estão no desenvolvimento da comunicação e do comportamento social. Algumas pessoas envelhecem sem enfrentar essas dificuldades e somente quando chegam os desafios da idade adulta os sintomas se tornam mais aparentes e importantes em suas vidas. Vale ressaltar que o diagnóstico de autismo em jovens e adultos só é possível por meio de uma investigação abrangente que deve ser realizada por uma equipe composta por um clínico líder que tenha experiência em diagnóstico e tratamento de autismo, um fonoaudiólogo e um educador, sendo que essa avaliação pode ser feita de forma individual entre eles, ou ainda, em conjunto. Os familiares e cuidadores também são importantes para diagnosticar o autismo. As pessoas mais próximas são as primeiras a desconfiarem e para isso é importante que conheçam os traços característicos de uma pessoa que possivelmente tem autismo como, por exemplo: dificuldade na comunicação e na compreensão de metáforas, ironias e piadas ambíguas ou com mensagem subliminar, sensibilidade superior ao barulho, apego excessivo aos membros da família, falta de interesse na socialização com outras pessoas, prefere trabalhar sozinho do que em equipe, dificuldade em lidar com sentimentos, resistência à mudanças, sintomas de ansiedade, dificuldade de aprendizagem, depressão e déficit intelectual (vale dizer que geralmente adultos não apresentam um atraso cognitivo tão grande, sendo mais comum a dificuldade na comunicação e nas interações sociais, um dos motivos do atraso no diagnóstico). Identificar essas características é importante tanto por ser o primeiro passo do diagnóstico quanto para ajudar os médicos com o histórico do paciente. O autismo em adultos deriva da falta de um diagnóstico precoce e quanto antes percebido melhor para que se possa iniciar o tratamento.

Referências: 
UpToDate. Autism spectrum disorder: screening tools. Informação atualizada em agosto de 2021. Disponível em: https://www.uptodate.com/. Acesso em: 10 set. 2021.

UpToDate. Autism spectrum disorder in children and adolescents: behavioral and educational interventions. Informação atualizada em agosto de 2021. Disponível em: https://www.uptodate.com/. Acesso em: 10 set. 2021.

UpToDate. Autism spectrum disorder: evaluation and diagnosis. Informação atualizada em agosto de 2021. Disponível em: https://www.uptodate.com/. Acesso em: 10 set. 2021.

UpToDate. Autism spectrum disorder: clinical features. Informação atualizada em agosto de 2021. Disponível em: https://www.uptodate.com/. Acesso em: 10 set. 2021.

Autor do resumo:
Aluno Luciano Daminato Neto 
Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

Revisor do resumo: 
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo


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