sábado, 18 de setembro de 2021

O oxímetro é confiável para medir a quantidade de oxigênio no sangue?

A oximetria de pulso é uma ferramenta rápida e confiável que pode fornecer avaliação contínua da quantidade de oxigênio nas células do sangue.
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O oxímetro de pulso é um aparelho que mede a saturação arterial periférica de oxigênio, ou seja, estima a proporção de hemoglobina (componente das células vermelhas do sangue) que está ligada ao oxigênio. A oximetria de pulso é uma ferramenta rápida, precisa, confiável que pode fornecer uma avaliação contínua da quantidade de oxigênio nas células do sangue do paciente. A oximetria de pulso é indicada em qualquer situação onde possa ocorrer hipoxemia (pouco oxigênio no sangue), uma vez que fornece uma avaliação precisa da oxigenação dos tecidos na maioria dos pacientes. Apesar de normalmente confiável, há situações em que a medida da oximetria de pulso pode vir errada, por problemas no aparelho ou por condições do paciente. Se a saturação parecer duvidosa (como estar extremamente baixa), pode-se testar o aparelho colocando-o no dedo de outra pessoa. Se ao colocar o oxímetro no dedo de outra pessoa e o novo valor também for duvidoso, o aparelho pode estar com problema. Caso o valor na outra pessoa esteja normal, deve-se investigar outros possíveis motivos para o erro. A oximetria de pulso pode fornecer um valor mais alto do que a realidade em pacientes com cor da pele mais escura. A utilização de esmalte de unha, principalmente de cor preta, verde ou azul, pode fazer com que seja apresentado um valor mais baixo do que a realidade durante a leitura da oximetria de pulso. Pacientes normalmente precisam tirar o esmalte da unha em que será colocado o aparelho. Outras possibilidades na presença de esmalte é colocar o aparelho em orientação lateral (virado de lado no dedo) ou usar ele em outros locais (como nos dedos do pé sem esmalte ou lóbulo da orelha). Dedos frios e hipoperfundidos (com pouco sangue) podem também gerar um valor baixo durante a oximetria de pulso, sendo então recomendado a utilização do aparelho em dedos bem aquecidos. Outras situações que podem levar a leituras incorretas são posicionamento incorreto do aparelho, congestão venosa, pulsação venosa, presença de carboxihemoglobina (hemoglobina ligada a monóxido de carbono, presente em fumaças), alterações na molécula de hemoglobina (como metemoglobina e sulfemoglobina), anemia grave e diabetes muito descontrolada (níveis altos de hemoglobina glicada). Apesar de todas as possibilidades que podem falsear o valor da saturação de oxigênio, a oximetria de pulso é um parâmetro confiável e extremamente útil para a grande maioria dos pacientes. Vale ressaltar que há vários parâmetros importantes sobre os gases no sangue que o oxímetro não é capaz de avaliar (como o nível de dióxido de carbono), evidenciando a necessidade de exames de sangue em alguns casos. Em situação de hipoxemia, ou seja, quando o sangue está com o valor do oxigênio baixo, o paciente pode receber oxigênio por meio de máscaras no rosto ou cateter no nariz. Dependendo da causa da hipoxemia, o nível de saturação de oxigênio desejado pode variar. Tanto a hipoxemia quanto o excesso de oxigênio devem ser evitadas, uma vez que oxigênio em excesso pode ser tóxico para o corpo.

Referências: 
UpToDate. Mechem, C Crawford. Pulse oximetry. Informação atualizada em: 08 mar. 2021. Disponível em: www.uptodate.com. Acesso em: 03 set. 2021.

UpToDate. Cohen, Pieter; Blau, Jessamyn. COVID-19: Outpatient evaluation and management of acute illness in adults. Informação atualizada em: 26 ago. 2021. Disponível em: www.uptodate.com. Acesso em: 03 set. 2021.

Autor do resumo:
Gustavo José Miranda da Cunha

Revisor do resumo: 
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão



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