Crianças e adolescentes violentados podem apresentar desnutrição, obesidade, depressão, dificuldades para aprender, agressividade, manchas no corpo etc.
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A violência contra crianças ou adolescentes pode ser dividida em violência física, quando há uso de força com ou sem a intenção de ferir, deixando ou não marcas evidentes; violência psicológica, quando há rejeição, depreciação e desrespeito contra a criança com o intuito de atender às necessidades psíquicas dos adultos, por exemplo, cobranças e punições exageradas; negligência, quando o responsável pela criança não fornece as necessidades básicas para o seu desenvolvimento físico, mental e social; e violência sexual, quando a criança é usada para gratificação sexual de um adulto sendo induzida ou forçada a práticas sexuais de que ela não tem entendimento, com ou sem uso de violência física. A criança ou adolescente vítima de violência pode apresentar sinais ou sintomas indiretos de violência como desnutrição, obesidade, sintomas depressivos, dificuldades no aprendizado, alterações no comportamento (hostilidade, agressão, raiva ou queda no desempenho escolar) e no sono, ou medos exagerados (fobias). Além da violência, existem muitas condições de saúde que podem provocar esses sintomas. Portanto, além desses sintomas, deve haver outros indícios para que se conclua que a criança ou o adolescente está sofrendo algum tipo de violência. Um dos sinais sugestivos de violência física é o fato de as características das lesões encontradas no corpo da vítima não condizerem com as explicações do agressor. Alguns exemplos de tais lesões são: manchas vermelhas ou roxas pelo corpo, em geral, encontradas em locais normalmente protegidos, como costas, nádegas, braços, coxas, peito, face, orelhas, mãos e pés; fraturas, mordidas e queimaduras em locais inesperados, com marcas do objeto utilizado na agressão. A criança pode ter medo de contar a alguém sobre o que esteja acontecendo, principalmente se o agressor são os pais, familiares ou amigos de familiares. Pode haver tentativas de fugir de casa, quando o agressor mora no lar, ou recusa em ir para escola quando o agressor encontra-se na escola ou na creche. No caso de violência sexual, alguns sinais e sintomas são: conhecimento ou comportamento sexual inapropriado para a idade, presença de doenças sexualmente transmissíveis, gestação, sangue nas roupas íntimas, dor em região genital e abuso sexual de outra criança. A violência psicológica pode se manifestar pelo atraso do desenvolvimento emocional, perda da autoestima, evitação social, depressão, procura de afeto desesperado, redução do desempenho escolar ou recusa de ir para escola. Pode-se pensar em negligência quando há sinais e sintomas como baixo crescimento ou ganho de peso, má higiene, furto de comida, comer muito de uma só vez ou guardar comida para depois, faltas escolares excessivas e falta de cuidados médicos ou dentários.
Referências:
Hêlder A. Pinto et al. eds. Saúde da criança: crescimento e desenvolvimento. Brasília: Editora MS, 2012. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_crescimento_desenvolvimento.pdf. Acesso em: 16 dez. 2017.Mayo Clinic. Child abuse. Informação atualizada em: 7 de outubro de 2015. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/child-abuse/symptoms-causes/syc-20370864. Acesso em: 16 dez. 2017.
Autor do resumo:
Nivaldo Sena da Silva
Revisor do resumo:
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão