O tratamento para a Síndrome de Burnout é realizado com psicoterapia, atividades de relaxamento, medicamentos e mudanças no ambiente de trabalho.
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O tratamento para a Síndrome de Burnout inclui intervenções voltadas ao paciente e ao ambiente de trabalho. Em relação ao paciente, o tratamento é realizado principalmente com cursos educacionais e psicoterapia. Cursos educacionais podem abarcar programas de redução de estresse baseado em mindfulness e coaching, que auxiliam o paciente a obter alguns dos resultados desejados nas áreas de percepção, enfrentamento e técnicas de redução de estresse. A psicoterapia pode ser eficaz para alterar sistemas de crença disfuncionais (como a percepção de perda de controle na vida do paciente) ou hábitos de enfrentamento (como a necessidade excessiva de realização) que podem amplificar o estresse. O tratamento busca incentivar e fornecer os mecanismos necessários para que o paciente consiga direcionar seu foco e seu tempo para as atividades que o façam se sentir bem e útil, como ajudar outras pessoas, cultivar uma rede de apoio e participar de atividades de lazer e recreação. Além disso, a psicoterapia pode oferecer treinamento focado na aquisição de habilidades de redução de estresse, como meditação e auto-hipnose. Outras atividades que também podem proporcionar uma redução do estresse e ajudar no tratamento da Síndrome de Burnout são atividades como exercícios físicos, massagem e yoga, que devem ser escolhidas de acordo com as preferências do paciente. Dependendo do quadro do paciente, ainda mais quando surgem outros transtornos (como a depressão), o tratamento pode envolver alguns medicamentos (como antidepressivos e ansiolíticos). Apesar de tantas medidas com foco no paciente, evidências apontam que as condições de trabalho desempenham um papel maior no desgaste do paciente do que as características pessoais do paciente. Pode-se dizer que a empresa impõe um estresse contínuo sobre o paciente, cuja personalidade (estilo de enfrentar as adversidades, experiências anteriores e habilidades) irá diminuir ou aumentar os efeitos que esse estresse causa nele. Portanto, é mais eficaz tentar reduzir o estresse que a empresa impõe sobre o paciente do que tentar melhorar a maneira com que o paciente lida com o estresse. Para tanto, recomenda-se que as empresas garantam ambiente e recursos adequados aos profissionais e permitam a flexibilização do trabalho, como permitir que o profissional trabalhe de acordo com a sua personalidade, sem uma padronização rigorosa, e controle a sua carga de trabalho. A carga de trabalho e a pressão de tempo são os principais estressores que predispõem à Síndrome de Burnout, portanto, é muito importante tentar reduzi-las. Por outro lado, a autonomia do profissional, o trabalho em equipe, a valorização de seu trabalho, a possibilidade de crescer na carreira, o sentimento de estar fazendo algo importante e a sensação de ser bem recompensado por seus esforços são fatores que ajudam o paciente a resistir ao estresse.
Referências:
Hinami, Keiki; Wetterneck, Tosha B. For individuals and practices: career sustainability and avoiding burnout. In: Principles and practice of hospital medicine, 2 ed. McKean, Sylvia C. et al. (Eds.). New York, NY: McGraw-Hill, 2012.Coffa, Diana. Caring for ourselves while caring for others. In: King, Talmadge E.; Wheeler, Margaret B. (Eds.)vMedical management of vulnerable and underserved patients: principles, practice, and populations. 2 ed. New York, NY: McGraw-Hill, 2016.
Christensen, John F. Stress & disease. In: Behavioral medicine: A guide for clinical practice, 4 ed. Feldman, Mitchell D. et al. (Eds.). New York, NY: McGraw-Hill, 2014.
Brasil. Ministério da Saúde. Síndrome de Burnout: causas, sintomas, tratamentos, diagnóstico e prevenção. Disponível em: http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/saude-mental/sindrome-de-burnout. Acesso em: 23 jun. 2019.
Autor do resumo:
Gustavo José Miranda da Cunha
Revisor do resumo:
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão