Há autistas que demoram até 2 anos para pronunciar palavras. Com acompanhamento de especialistas, muitos autistas podem desenvolver habilidades de comunicação, por meio de palavras ou por meio de gestos, figuras e equipamentos eletrônicos.
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Dificuldades na fala são os distúrbios mais comuns no desenvolvimento infantil, ocorrendo em cerca de 1 a 2 em cada 20 crianças. Um dos critérios para diagnóstico do autismo é a dificuldade para falar e também para usar a fala como meio efetivo de comunicação, relacionando com aspectos não verbais, como contato visual, linguagem corporal, gestos e tom de voz. O autismo, de forma mais severa, é caracterizado pela necessidade de auxílio e suporte constante. Como, por exemplo, existem autistas não verbais, que não pronunciam nenhuma palavra, há também aqueles que repetem palavras sem correlação com o contexto em que estão (ecolalia) e aqueles que usam gestos para demonstrar o que querem, como levar o adulto ao objeto ao invés de pedir verbalmente. É sabido que o repertório de palavras de crianças autistas é menor do que aqueles que não possuem o transtorno e que também há maior dificuldade para entender o que é falado com eles. Além disso, o início da fala, desde as primeiras palavras, é mais demorado do que em crianças que não possuem o espectro autista. No desenvolvimento sem o transtorno, as crianças começam a produzir sons e formar palavras geralmente antes dos 12 meses de idade, enquanto autistas tendem a falar as primeiras palavras após 2 anos de idade e formar as primeiras frases aos 4 anos. Para determinar se um autista é não verbal, é preciso esperar que haja esse desenvolvimento. Autistas não verbais podem produzir sons. É possível ajudar autistas não verbais a se expressarem e existem várias linhas de tratamento, como comportamental, do desenvolvimento, educacional, social, farmacológico, psicológico e complementar. Essas linhas de tratamento são feitas por terapeutas ocupacionais, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e professores. Para autistas não verbais, o tratamento do desenvolvimento com a terapia ocupacional é utilizada para permitir o desenvolvimento da comunicação, seja ela por meio de palavras, seja por meio de gestos, figuras ou equipamentos tecnológicos. É preciso incentivar todas as habilidades sociais de crianças autistas, desde bebês, para que haja um melhor desenvolvimento do cérebro e para que seja possível alcançar a independência quando adolescentes e adultos.
Referências:
UptoDate. Autism spectrum disorder: clinical features. Informação atualizada em agosto de 2021. Disponível em: https://www.uptodate.com. Acesso em: 31 jul. 2022.UptoDate. Etiology of speech and language disorders in children. Informação atualizada em maio de 2022. Disponível em: https://www.uptodate.com. Acesso em: 31 jul. 2022.
UptoDate. Autism spectrum disorder: evaluation and diagnosis. Informação atualizada em maio de 2022. Disponível em: https://www.uptodate.com. Acesso em: 31 jul. 2022.
PubMed. A longitudinal case study of six children with autism and specified language and non-verbal profiles. Clin Linguist Phon, v. 36, n.4-5, p.398-416, 2022. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33554685/ Acesso em: 31 jul. 2022.
CDC. Treatment and intervention services for autism spectrum disorder. Informação atualizada em janeiro de 2020. Disponível em: https://www.cdc.gov. Acesso em: 31 de jul. 2022.
Autor do resumo:
Aluna Olga Carvalho Gomes da Costa
Curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
Revisor do resumo:
Profa. Dra. Maria Cristiane Barbosa Galvão
Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
Observação:
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